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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

31
Dez23

A blogger menos in do pedaço em 2023

Maria das Palavras

2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022  

O ano começou efetivamente como um reinício. Foi reconstrução, foi subida, foi auto-regulação. A passagem de ano trouxe a viragem que eu precisava.

Não foi assim com todos à minha volta e lembrei-me que a saúde é mesmo tudo o que importa. Felizmente, porque se fosse o dinheiro ou a paz, o mundo não deixava. Sustos foram ultrapassados, mas fica a ideia cada vez mais presente que somos todos, todos, todos mortais. Aproveitemos.

Voltei a estudar (quê?!), eu que sempre disse que não me ia meter nisso, porque se aprende igual nos livros e palestras e com a experiência. Compensou, o trabalho que em 2022 tinha sido motivo de desaire, foi este ano motivo de orgulho.  Li mais do que os objetivos do Goodreads, mas menos do que nos anos anteriores. Inundei a casa (foi sem querer, o seguro sabe) e como há males que vêm por bem, renovei metade da casa. Inscrevi-me no ginásio e fui lá todos os dias em que precisei de tomar banho porque o WC estava em obras. 

Fiz a viagem de sonho de muitas pessoas, que não era a minha, mas passou a ser: Japão. Não, não é um país caro, talvez fosse quando Portugal não era. Além disso festejei os 30 da minha irmã nos 30 da Disneyland Paris e foi mágico.Também fui a Estocolmo sentir o Natal, com sucesso e muita neve. 

No final de setembro, sem qualquer expectativa, comecei uma edição limitada de uma newsletter - o Comprimido - e por 30 dias obriguei-me ao prazer que é escrever - como nos primeiros tempos deste blog. Foi um prazer ainda que ninguém lesse, mas teve milhares de leiturras e, por entre muitos comentários bonitos, um elogio de uma escritora nacional que me encheu o coração. Por isso, amanhã volta, uma vez por semana, às segundas-feiras, aqui

Um bom ano para todos.

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25
Fev22

A paz começa aqui

Maria das Palavras

Depois da pandemia, uma guerra. 

Devemos parar tudo? Seguir como se nada fosse? Como podemos ajudar? Partilhar o que vemos e faz sentido para nós é legítimo? A frase sobre a guerra torna-se menos verdadeira se for dita por um nazi? Ajudamos as instituições? Não nos deixamos enganar pelas instituições? Lemos sobre o conflito? Não lemos sobre o conflito porque as notícias são enviesadas, ou por um lado ou pelo outro? O que fazemos? Podemos fazer alguma coisa? Comovemo-nos pela proximidade? Ou somos cínicos porque não tememos igual quando a guerra é noutros países não-europeus?

Sabem quem sabe lidar com isto e tem todas as respostas? Ninguém.

Portanto, quando no feed aparece um unboxing a seguir a uma imagem de guerra, isso não é motivo de censura.
Quando alguém fala de como se está a sentir e o ilustra com uma foto tranquila do seu jardim, isso não é motivo de censura.
Quando alguém se comove e diz que não consegue fazer nada a pensar no que está a acontecer, isso não é motivo de censura.

Apenas a guerra é motivo de censura. Então não criemos mais (guerras), mesmo que sejam pequeninas e pareçam inconsequentes.

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14
Fev22

O que (não) é o amor

Maria das Palavras

Se tens de o/a desculpar todos os dias, não é amor. 
Se tens de te desculpar todos os dias, não é amor.
Se tens de aguentar, não é amor. 
Se tens de mentir por ele/a (os outros não compreendem), não é amor.
Se te afasta de quem sempre esteve na tua vida, não é amor. 
Se te afasta dos teus sonhos, não é amor.
Se és menos, para não provocar mais, não é amor.
Se te provou que só ele/a gosta de ti, não é amor.


Se achas que não és vítima, que é só um caso de muito amor, não é amor.


(Não é amor, já é violência - e ainda não falei de insultos, nem de empurrões.)

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03
Fev22

Janeiro em Instantâneos

Maria das Palavras

Para mim Janeiro também teve 450 anos, mas não foram todos maus. Só que olhando em restrospetiva aconteceu tanta coisa, que custa a acreditar que tudo encaixou em 31 dias. Vamos aos instantâneos.

Curso Feneute - Planeje sua Vida - Caderno de Exercicios - Maria das Palavras


Cedi ao espírito de ano novo e comecei uma viagem de auto-conhecimento

Não cheguei ainda ao ponto de me inscrever no ginásio por ser Janeiro, mas comecei pela ginástica mental. Inscrevi-me no curso online da Feneute "Planeje sua vida" - sim, em brasileiro. É sobre auto-conhecimento, planeamento e (agarrem-se que vou usar esta expressão que me dá alergias) fazer acontecer. Percebi que cheguei a um ponto da minha vida em que tudo o que quero é paz e o contexto dos últimos anos me tirou a vontade de...bem, de tudo. Sou uma pessoa aventureira, planeadora, que gosta tanto de rotina, como de ter experiências novas e sempre gostei de pensar no que vem a seguir. Ultimamente sou muito menos essa pessoa, mas gostava dela, acho que era porreira e decidi dar alguns passos no sentido de a recuperar.

 

teste positivo Covid19 - Maria das Palavras

Apanhei Covid (ou ele apanhou-me)

Ainda hoje não sei como, porque depois de em Dezembro estar com bastante família e alguns amigos (tentando ao máximo separar os eventos e sempre com testes negativos), em Janeiro voltamos a recolher-nos. Estive em teletrabalho e não convivemos com ninguém sem máscara. Passavam mais de 20 dias da última vez que tinha estado com alguém quando comecei a sentir uma dor de garganta, que, por isso mesmo, jurava que se devia ao sol na cabeça que tinha apanhado no fim-de-semana. Calhou Covid. 
Tirando um pico de febre, não passei muito mal (abençoada vacina) e, isolada, no meu quarto-escritório a receber refeições à porta e com livros por companhia, não posso dizer que tenha sido horrível. Mas evitem, como evitou o Moço, que continuou fresco, fofo e descovidado.

 

Leitura do Bookclube das Palavras - A Breve vida das Flores

 

Comecei um clube do livro

A Editorial Presença lançou um livro que eu ainda não tinha lido, mas fiquei  muito contente por ter chegado ao nosso mercado, porque faz muito sucesso lá fora (e foi recomendado pela Lénia Rufino!): a Breve Vida das Flores. Tive a sorte de me terem oferecido dois: um para eu ler e outro para oferecer. E ganhei vontade de o ler com a pessoa que o ganhasse e com mais pessoas, para ir lendo acompanhanda e comentando. Assim, por meio de uma vontade do momento, nasceu o BookClub das Palavras, no Discord - uma espécie de Whatsapp para comunidades. Como só se pode entrar no Bookclub por convite e o link do convite expira em 24 horas, mandem-me mensagem no Instagram (@mariadaspalavras) ou email se quiserem que partilhe o convite. 
Já somos mais de 30 pessoas que vão ler o livro, em 5 semanas: 20 capítulos curtos por semana e discutir semanalmente no chat (com spoilers) o que lemos na semana anterior. 


Entrevista Magafone - Maria das Palavras


Dei uma entrevista

Fui entrevistada para a rubrica 10 perguntas da revista Magafone de Fevereiro, que saiu entretanto. Portanto se os restantes conteúdo ainda não vos fez subscrever a revista, espero que saber o que eu disse quando me perguntaram o que eu salvaria num incêndio. E não esperem a borla da minha parte, a Magafone é uma revista feita por mulheres do norte e um projeto que merece todo o nosso apoio!


9 anos de Maria e Moço e ainda há rosas - Maria das Palavras

 

Fizemos nove anos de namoro (isolados)

Comigo em isolamento. Digam lá que ao final de 9 anos os casais não fazem coisas novas?! Passamos todo um aniversário sem nos tocarmos. Mas lá dizem que o Natal é quando um homem quiser e parece que o mesmo é válido para outras datas. Eu arranjei presente de isolamento (bilhetes para um espetáculo de stand up) e ainda ainda recebi uma rosa vermelha. O bonito foi que ele tratou do pedido online, mas eu recebi uma chamada a questionar sobre a morada antes de a trazerem, portanto, fiquei logo a saber que ia receber flores. Nove anos e ainda não sabe que quando se encomendam presentes nunca se põe o contacto do presenteado. 


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04
Jan22

Que diabo é isso da coloração pessoal?

Maria das Palavras

Olá, eu sou a Maria e fiz uma sessão de coloração pessoal.

Eu sei que soa a coisa do demo, tipo, submeti-me a tratamentos para ficar da cor do Pantone do ano, porque sou tão trendy, ou fui para uma cápsula de auto-bronzemaneto UV para ser mais bronzeada e as pessoas dizerem que pareço saudável. (Não é NADA disso.)

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O que é afinal?

É uma sessão com apoio de uma profissional que vai ajudar-nos a saber mais sobre nós e as cores que nos favorecem. Há muito tempo que sigo a Thais Farage (Brasil) e ela faz consultoria de imagem e coloração pessoal, pelo que fiquei com a pulga atrás da orelha. Procurei quem fizesse o mesmo por cá e encontrei a Resolve o meu look. Segui-as durante MUITO tempo no Instagram antes de tomar coragem e foi assim que Ana Gonçalves veio cá a casa, na hora marcada e me abriu os horizontes.

 

Como se faz uma sessão?

Simples. Além de uma pequena formação sobre cor, onde vemos casos práticos da aplicação e de como faz toda a diferença, sentamo-nos num sítio bem iluminado e põem-nos paninhos à frante. Sim, sim, paninhos coloridos. De cores escuras ou claras, menor e maior contraste, mais e menos brilhantes, dourados e prateados. E vamos percebendo paninho a paninho, o que nos favorece.

Antes que perguntem: são 90 paus. Não é barato, mas se tiverem em conta que é serviço ao domicílio, uma aula e que eu acho que se paga nas próximas compras estúpidas que não fizerem de coisas que nem sabem explicar porque acabam por nunca tirar do armário: compensa. Se puderem, claro. E não vale a pena quererem fazer online: é uma análise de cor, não podem fazer uma análise tendo em conta definições de cor dos ecrãs que usamos. 

 

Cartela Verão Claro - Coloração pessoal - Maria das Palavras


Que é isso de seres Verão Claro?

Ora da sessão resulta uma cartela ou paleta. Elas têm nomes de estações. Eu sou um Verão Claro. As cores que me assentam melhor são mais frias, azuladas, e rosadas, claras, de menor contraste. No final ficamos com a cartela e um manual personalizado sobre ela onde temos as cores que nos favorecem mais, como combiná-las, e mesmo sugestões para cabelo e maquilhagem – finalmente fiquei a saber que devo usar base de fundo rosado em vez de amarelado! Já podia ter poupado um dinheirão com essa informação, sim.

 

As 3 Coisas que Aprendi

 

  1. Harmonia é melhor do que contraste

Harmonia connosco. Ou seja, as cores que estão presentes em nós, o nível de contraste que está presente em nós, é sempre o que nos assentará melhor. Exemplo prático: tenho pele clara, olhos claros e cabelo claro. Então sim, o que me fica bem são cores claras e baixo contraste. Ficou-me a frase da Ana: a natureza sabe o que faz.

Sempre achei que os vermelhos, laranjas e castanhos me favoreciam porque eu sou toda muito clarinha, então poderia “desaparecer” com roupas claras. EEHHH. ERRADO. Eu desapareço dentro da roupa e do batom vermelho: as borbulhas acentuam-se, os olhos ficam mais encovados . Só foi preciso saber observar. Porque na prática, sempre que vestia essas cores me diziam que ficava bem: mas não era eu o que se via.

 

  1. Posso usar o que eu quiser, da cor que eu quiser, e ainda assim ter truques para me favorecer

Não se pretende que o conhecimento que obtemos da sessão nos limite, apenas que nos oriente. Se eu quiser usar preto, posso usar preto, mesmo não fazendo parte da minha paleta (spoiler alert: não faz parte da paleta da maioria). Mas agora sei que se complementar isso com um casaco das minhas cores, ou maquilhagem rosada e cinzenta, acessórios prateados, se tiver o cabelo da minha cor natural ou dois tons abaixo, fico favorecida mesmo com essa cor.

 

Knowledge is power

 

  1. A ser mais assertiva nas compras (e a destralhar)

Depois da sessão já dei uma nova limpeza ao armário e também fiz compras. Em ambos os casos fi-lo de forma bastante mais decidida, com o conhecimento maior que tenho sobre mim. De notar que a Resolva o meu look também tem serviços de personal shopping, organização de armário, encontrar o teu estilo, etc.  

E sim, avisei toda a gente das minhas cores a tempo do Natal, o que resultou bem, porque fiquei com uma coleção nova de camisolas de inverno. Muahhahah.

Camisolas que recebi no Natal - Maria das Palavras


Não há uma pinga de patrocínio neste post (fica a ideia para a Resolve o Meu Look me oferecer uma Análise de Estilo na sequência! ahahah). Mas quando o mencionei brevemente em Stories, houve quem me pedisse para falar um pouco mais do assunto e de facto acho que vale a pena explicar, pois não se ouve falar muito. Espero que tenham gostado desta migalha de conhecimento.

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31
Dez21

Os meus 12 livros favoritos de 2021

Maria das Palavras

Foram 62 lidos até agora - será que hoje ainda acabo um?...Revi todas as leituras que fiz no meu bom velho aliado Goodreads. Nem todos os seleccionados foram 5 estrelas e nem todos os 5 estrelas foram selecionados. Mas creio que foi esta a seleção que mais me surpreendeu, mais recomendei e mais vou recordar em anos futuros. E, sim, dói-me o coração de não fazer caber uma lista mais extensa, onde inclua Jo Nesbo, o Pátria, ou o gráfico e lindo O Menino, a Touperia, A Raposa e o Cavalo. Mas a pessoa tem de escolher.

Os quatro ventos - Opinião Maria das Palavras


Os Quatro Ventos, Kristin Hannah
A autora que mais me surpreendeu este ano foi esta, porque eu já tinha lido dela O Rouxinol e não achei imensa graça. Mas em 2021 tenho dois romances históricos dela no top. Este passa-se durante os anos da Grande Depressão e da Dust Bowl no Texas. Elsa terá de tomar decisões difíceis para proteger a sua família e nós quase sentimos o pó na garganta. 
Quero ler.

Maybe You Should Talk teo Someone, Lori Gottlieb
ALERTA livro favorito do ano! Uma terapeuta fala sobre a sua história e a dos seus pacientes. É todo baseado em histórias reais embora se tenha protegido o anonimato dos pacientes misturando algumas histórias e alterando nomes. Provoca uma reflexão profunda enquanto nos abre um pouco a porta do que é a terapia, mas lê-se como se de ficação se tratasse, no sentido em que queremos saber o que acontece às "personagens". 
Infelizmente não está traduzido ainda, mas se se sentirem à vontade para ler em inglês, por favor, façam-no.
Quero ler.

A anomalia - opinião Maria das Palavras

 

A Anomalia, Hervé Le Tellier
Começou morno e acabou como um favorito do ano - a página 117 para mim foi um ponto de viragem decisivo. Que teia fenomenal de histórias e mistério. Um avião aterra e dá-se o fenómento mais estranho de sempre. Não vou contar mais para não estragar. Não é tanto sobre o que acontece, é muito mais sobre como reagimos. Se gostam de thrillers, aqui está um muito original.
Quero ler.


Apneia, Tânia Ganho
A tradutora do livro acima é a autora deste. E que livro! Fiquei em Apneia durante todo o livro. Uma história lenta e intensa sobre uma mulher que se divorcia e a sua luta para ter a guarda do filho. A manipulação, o desespero, sentem-se na nossa pele e só voltamos a respirar quando chegamos ao fim (que não me agradou, mas é coisa pessoal). Que bom foi conhecer esta autora portuguesa em 2021. Quero ler tudo o que publique!
Quero ler.

The Other Passenger, Louise Candlish
Lamento que também este ainda não esteja traduzido em português, mas é o thriller mais cheio de twists que li este ano, e portanto um dos que mais gostei. Um homem faz todos os dias a travessia no rio para chegar ao trabalho, em Londres, com o seu amigo Kit - que desaparece misteriosamente. Preparem-se para esta viagem louca. Sempre que acharem que sabem o que se passa, o livro dá mais uma volta!
Quero ler.


Se deus me chamar não vou - opinião Maria das Palavras

 

Se deus me chamar não vou, Mariana Salomão Carrara
Como um livro tão pequenino pode ser enorme. É a vida vista por uma menina de 11 anos, Maria Carmen. Uma menina que quer ser escritora e regista a sua visão do que acontece. Comovente e cru. Curtíssimo e tão cheio.
Quero ler.


O Peso do Pássaro Morto, Aline Bei
Tal como o livro anterior trata-se de um livro muito curto, apenas editado no Brasil e que por cá se vende numa livraria online (está nos links). Escrito em verso e, portanto, ainda mais rápido e leve de ler, mas nem por isso menos pesado. É a história de uma mulher dos 8 aos 52 anos, sobre dor e força.
Quero ler.

pachinko - opinião Maria das Palavras


Pachinko, Min Jim Lee
Último livro de que falo que só temos para já disponível em inglês, prometo. Segue a vida de uma família de origem coreana, que emigra para o Japão. São várias gerações e uma cultura completamente diferente da nossa. Um mundo para entrarmos e descobrirmos, passo a passo. A Sunja é o nosso ponto de ligação entre toda a história. 
Quero ler.

O Lugar das Árvores Tristes, Lénia Rufino
Mais uma autora portuguesa que passou diretamente para o top, com a sua primeira obra. A Isabel procura respostas sobre a sua família e nós vamos procurar essas respostas com ela, a partir da sua aldeia do interior, por mais que se escondam atrás de mentiras e segredos. Tão bem escrito.
Quero ler.


O vicio dos livros - Opinião Maria das Palavras

 

O Vício dos Livros, Afonso Cruz
O livro sobre livros que arreda todos os outros. Não é segredo para ninguém que eu sou tontinha por tudo o que este autor escreva. Mas esta coleção de textos sobre cultura, livros e detalhes das suas viagens deixou-me sem palavras. É para leitores vorazes, sobretudo, porque acho que quem não gosta de ler, jamais conpreenderá o que perde.
Quero ler.

 

Seven days in june - opinião Maria das Palavras

 

Seven Days in June, Tia Williams
Sabemos agora que a Topseller vai trazer este livro para o mercado português em 2022 e isso deixa-me felicíssima. Foi o melhor romance (de amor) que li no ano, ainda em inglês. Por ser tão imperfeito, tão fora da norma, tão pouco tradicional. Eva e Shane conheceram-se por 7 dias em Junho no passado e reencontram-se no presente. Vamos conhecer os dois momentos em pormenor.
Quero ler.

A Grande Solidão, Kristin Hannah
Acabamos como começámos: com Kristin Hannah. Este foi até o primeiro livro favorito do ano, o primeiro a que atribuí 5 estrelas. A Leni é uma adolescente que se muda com a família para o Alasca. Mas numa terra cheia de perigos, que conheceremos em detalhe, o maior de todos está dentro de casa. Épico. E como numa data destes livros que descrevo, a única coisa que me desagradou foi o finalzinho de todas as pontas atadas - só porque a vida não é assim.
Quero ler.


Aí os têm. Se se quiserem desgraçar já e comprar alguns usem os links que vos deixo, que me podem dar uns cêntimos de crédito na Bertrand. Que me permitem comprar mais livros para vos aconselhar mais livros. Win-win, certo? Ahah. 
Tenham um ano brilhante de leituras - e não só. 
E não deixem de partilhar se já leram algum destes (o que acharam) ou que outro me recomendem!

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21
Dez21

A blogger menos in do pedaço em 2021

Maria das Palavras

2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021

Falhei todas as resoluções. Comecei o ano a viajar - literalmente, os primeiros quatro dias e mesmo debaixo de um temporal soube-me muito bem - acho que foi por causa da comida na Terceira. Ao longo do ano visitei duas ilhas portuguesas e uma italiana. Passei semanas de férias inteiras a preocupar-me. Passei semanas de trabalho inteiras a preocupar-me. Li muito, para cima de 50 livros (and counting). Li mais ebooks que livros em papel. Passei novamente o aniversário isolada e gostei novamente disso. Saímos do isolamento e não estava preparada para isso. Voltei a trabalhar no escritório. Voltei a trabalhar em casa. Trabalhei imenso, mas não foi o suficiente. Não fiz exercício e comecei a comer pior. Recebi rosas no aniversário de namoro e Osvaldinhos da Aipal no dia dos namorados. Perdi toda a vontade de fazer fosse o que fosse em casa - não estrelo um ovo há meses. Escolhi-me. Teve de ser. Senti-me culpada por dizer que não muito mais vezes. Escolhi-me. Teve de ser. Não repeti por erro. A Cátia fez um ano - a Cátia é a planta do Moço. Senti-me estranha por voltar a cinemas e restaurantes. Deixei de me sentir estranha por voltar a cinemas e restaurantes. Não deixei de me sentir estranha por estar com muitas pessoas. (Sempre senti?) Voltei a gostar de um filme do James Bond. Experimentei restaurantes novos e senti-me genuinamente feliz com isso. Fiz arborismo e quis desistir no final do percurso. Voltei a cortar o cabelo, quase a fazer dois anos. Ficou estúpido. Fiz uma sessão de coloração pessoal e descobri que as cores que mais visto não me favorecem. Senti-me sozinha. Senti falta de estar sozinha. Tirei o Invisalign. Continuei a vestir cores que não me favorecem. Saí de casa com blazer e sweat de capuz - em simultâneo. Fiz pouco. Fiz nada. Comecei o balanço do ano com a palavra "falhei". Acho que não faz mal admitir que não foi um bom ano. Acho que me sinto melhor só porque vai acabar. A falsa sensação de recomeço nunca fez mal a ninguém.

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19
Nov21

É para uma amiga

Maria das Palavras

Há minutos que às vezes são dias que às vezes são semanas em que tudo parece um pouco sem sentido. O que passou valeu de pouco, o presente está sempre a passar e o futuro não tarda a ser passado. 

E, em teoria, até sabemos o que fazer para inverter a tendência. Meditação e terapia para a mente. Exercício e boa alimentação para o corpo (e para a mente). Viagens e convívios para ganhar inspiração (e para o corpo e para a mente).

Para bem ser, vamos começar os planos em pequenos objetivos exequíveis. Ainda não dá para o mindfullness a 100%, mas podemos agradecer as filhas da p*ta das pequenas coisas. Não vamos correr já a maratona, mas vamos de escadas em vez de elevador - porque a tecnologia andou a evoluir para lhe fecharmos os olhos. Até ao ponto em que somos aquelas pessoas que conseguem largar o trabalho das 9 às 6 para cumprir o sonho de vender bolotas pintadas por conta própria, ou dar a volta ao mundo e colecionar uma criancinha adotada de cada país ou - mais incrível - ficar tão viciadas em fazer desporto, que nem se sentem bem no dia que o ginásio fecha!
Mas, não sei se estão a perceber pelo meu discurso, que nem sempre temos a motivação para darmos os pequenos passos que têm de ser dados. Que às vezes só o facto de não deixarmos a tampa de iogurte lambida no balcão da cozinha parece um esforço hercúleo. E a tampa lambida afinal é de molho de batatas do McDonalds. 

E, como somos pessoas inteligentes, sabemos perfeitamente o que isto é e de onde veio. Freud nem sempre explica, mas para bom entendedor meia negação basta.

Então, quando sabem exatamente o que têm de fazer, mas nem isso apetece, o que fazem para semear a motivação que não têm?
É para uma amiga.

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02
Jul21

Maria das Leituras - Junho 2021

Maria das Palavras

Depois de vários meses a bater recordes de leitura, em Junho achava que tinha lido 2, mas afinal foram quatro! (de um deles não me lembrava, por não ser um livro típico, outro acabei em julho, mas contei na mesma)
Junho foi um mês complicado de muito trabalho e pouco tempo livre (já disse que tive 3 casamentos?), mas o que li foi com gosto e, como insisto sempre que me dão oportunidade, ler não é uma corrida, ou coleção de cromos. Um livro por ano, pode ser tão bom como 4 num mês, desde que dele retiremos o devido prazer. 

Só me chatei que queria mesmo ter lido pelo menos um livro antigo da minha estante, dos que aguardam há mais tempo, mas o que acabei por ler foram quatro livros novos! Dois comprados por mim, dois oferecidos pela editora (lançamentos de Junho que me interessavam). Mais uma vez: fazer planos é bonito, mas leio o que me dá prazer e foi isto que quis ler.

 

Maria das Leituras - Junho 2021

 

1. O Homicídio Perfeito - Um Guia para Boas Rapatigas, de Holly Jackson - Novo

Para quem tinha estado a reviver a juventude, na casa dos pais, a tirar da estante todos os livros do passado (desde coleções de aventura como Triângulo Jota, à Profissão Adolescente, às Luas de Joana, Diários de Sofias e afins) este foi o livro perfeito. É um mistério juvenil, em que a Pip, com a desculpa de trabalho de investigação para a escola, vai desenterrar um homicídio/desaparecimento que ocorreu há algum tempo naquela pacata cidade. Tem muito bom ritmo e não adivinhei o fim (o que gosto é ótimo). Não fica como favorito, até porque se seguiu ao brilhante A Anomalia (!) e essa é uma posição difícil, mas recomendo para quem quer encontrar a nostalgia de "Uma Aventura".


2. O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo, de Charlie Mackesy - Novo

Dizem que é uma espécie de novo O Prícipezinho. Uma fábula para todas as idades. É bastante rapido de ler: as ilustrações dominam e as frases, reflexões das várias personagens, dão sentido. É um livro lindo, de ter na estante e abrie muitas vezes, de oferecer a miúdos e graúdos e...de pôr no Instagram! Ahahah. 

 

 
 
 
 
 
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3. Tereza Batista cansada de guerra, de Jorge Amado - Novo
Foi o livro que enrolei durante a maior parte do mês: é grande, tive pouco tempo, mas, sobretudo, é mesmo um livro para ler com vagar. Tereza tem muitas alcunhas e "cansada de guerra" é só uma delas. Vamos conhecendo como mereceu cada uma nos vários capítulos da livro e da sua vida, numa escrita sublime e irónica de Jorge Amado. Capítulos como o do surto de varíola (narrada a começar cada capítulo com uma letra do alfabeto, por ordem), a violência que sofreu nas mãos do capitão, como liderou a revolta das prostitutas e o amor tão errado com quem lhe restaurou a vida, roubaram-me o coração de formas diferentes. Já tinha lido os Capitães de Areia deste autor, e gostei bastante mais deste livro.

4. Layla, de Colleen Hoover - Novo

Continuo sem saber qual o estilo da Colleen. Terceiro livro que leio dela e nenhum parece da mesma autora. Este, que fechou o meu mês (até acabei hoje, já em julho, mas não digam a ninguém) é um romance paranormal, mas não temam, porque não é terror. É só muito louco, mas é leve e muito rápido de ler. Tive sempre vontade de lhe ir pegando a cada bocadinho livre e, apesar de ser mais paradito no meio, em que se instala uma rotina que ainda estamos a tentar perceber (não posso dizer muito), no final tudo se explica.
Quando começa, temos Leeds a contar como conheceu Layla a alguém, ao mesmo tempo que sabemos que ela está amarrada num quarto do primeiro andar. Começamos seriamente a duvidar daquela que, em teoria, pelo que ele conta, é uma bonita história de amor. Eu comecei a duvidar também por que raio se chama o livro Layla, quando não me parecia que o essencial fosse sobre ela. Mas tudo faz sentido, prometo,  só que não vos posso contar! Descubram. Sei que é estranho dizer isto de um livro que lida com o paranormal, mas acho que é uma leitura de verão! 

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08
Jun21

Maria das Leituras - Maio 2021

Maria das Palavras

Em Maio li oito livros e houve um claro favorito, mas duas recomendações muito fortes. O maior motivo de orgulho para mim é que o favorito, mas mais quatro foram livros escritos em português (às vezes deste lado do oceano, outras do outro). Sem mais demoras, vamos à lista de opiniões, 4. com estrelinhas nos imperdíveis. 


Maria das Leituras - Maio Parte 1


1 e 2. Você Acredita mesmo em Amor à Primeira Vista e Você Acredita Mesmo em Segunda Chance, de Fabi Santina - Emprestados

Vamos contar como literatura livros da história de uma Youtuber brasileira, escritos pela própria? Vamos. São livros fantásticos? Não. Mas gostei de acompanhar a história da moça que vou acompanhando no Youtube e até deu para tirar uma lição: nós não sabemos nada sobre as pessoas que conhecemos das redes sociais, nem daquelas que fazem vlogs semanais. 

A minha mãe segue a família e ofereci-lhe os livros no aniversário dela, mas não ia deixar passar sem ler também, né?

 

3. Uma Questão de Conveniência, de Sayaka Murata - Do Kobo Plus

Foi o meu primeiro livro lido da subscrição do Kobo Plus, ainda nos 30 dias gratuitos - que compensaram altamente! Foi um dos que tinha na wishlist, tendo visto a recomendação da Rita da Nova e fiquei doida ao vê-lo a custo zero. É um livro curto, sobre uma rapariga que trabalha numa loja de conveniência e não quer mais do que isso da vida, contra todas as expectativas da sociedade à sua volta. Faz lembrar um pouco a Eleanor, d'A Educação de Eleanor (esse sim, um livro a não perder!), mas senti que a autora se fartou no que seria a metade do livro e o acabou à força, sem desenvolver mais.

 

4. Apneia, de Tânia Ganho - Do Kobo Plus ⭐️

Kobo Plus é vida. Mais um que estava na subscrição e ao qual me atirei. O exemplar ao vivo é menino para abrir um crânio se atirado com jeito, mas ler no ereader, ainda mais a custo zero, é sempre uma leveza. Foi o meu livro favorito do mês e fica para o top do ano, o que é um orgulho, tratando-se de uma autora portuguesa. O nome diz tudo: vão passar 700 páginas a suster a respiração. A protagonista do nosso livro decide separar-se do marido e a partir desse dia, todos os dias são superação e luta para não perder o seu filho. É muito, muito intenso, e apesar de nem sempre haver ação, estamos tão dentro da cabeça dela e os capítulos são tão curtos que é impossível largar. É também uma história violenta em vários sentidos, a ler com cuidado por pessoas mais sensíveis, pais sobretudo (pais, mães). Mas não consigo desaconselhar, porque é brilhante e está muito bem escrito.

 

Maria das Leituras - Maio Parte 2

 

5. A Nova Índia, de Íris Bravo - Do Kobo Plus

Depois de ter lido o primeiro livro de mais esta autora nacional, não podia deixar de ler o desfecho da história. E adivinhem? Estava no Kobo Plus. Gostei mais do primeiro, é verdade, e também não é fácil ser o livro que se segue ao Apneia...Mas aconselho a saga a quem procura uma leitura mais leve (mas não é só romance, nem é um romance linear e tem ação) de uma autora portuguesa muito querida.

 

6. A Mulher na Janela, de A.J. Finn - Lido no Kobo

Já o tinha no Kobo, mas não tinha lido. Só que saiu o filme na Netflix, com a Amy Adams e eu queria ver, pelo que passei a leitura à frente. Desiludiu-me um pouco. Não gosto da protagonista sempre demasiado bêbada para poder saber o que faz (faz lembrar A RApariga no Comboio), embora alguns dos twists me tenham supreendido. Mas não é tão bom que vos diga que leiam mesmo, antes de verem o filme.Ver o filme basta (embora o filme, torne logo demasiado evidente o que no livro funciona bem como twist).

 

7. Bodas de Sangue, de Pirre Le Maitre - Lido no Kobo

Mesmo com tantos livros para ler em casa, no Kobo e no Kobo Plus ainda acabei a comprar este por impulso, ao ver uma recomendação. Arrastei-me por mais de metade do livro e estava quase a desistir quando decidi contar a história ao Moço. Ao contar-lhe percebi como era interessante, mesmo que me estivesse a faltar motivação para continuar. Acho que foi mais ou menos por aí que começaram os twists atrás de twists e geeeeente, que livro LOUCO. Comecei a odiar, acabei a adorar, embora seja mesmo demasiado wild. Tenho para mim que talvez seja a tradução que li que não era grande coisa (li em inglês, mas o original é francês) e quero dar outra oportunidade ao autor. 

 

8. A Anomalia, de Hervé Le Tellier - Oferecido pela Editora ⭐️

Se vos ocorrer que aquela estrelinha é por ter sido oferecido, desenganem-se. Fui eu que o escolhi (pela capa magnífica que por aí andava a circular no Instagram), anunciei logo que mesmo que não gostasse, faria uma review honesta e a editora até me disse que não quereria de outra forma. Na primeira parte achei que prometia menos do que esperava. Durante umas 100 páginas fomos conhecendo a vida de várias personagens, interessante até, mas eu queria que começasse "o evento". E eu que não sou dada a livros de ficção científica, fiquei fascinada quando percebi o tal evento. E fascinada cheguei ao fim, com o desenrolar da ação, que é muito menos sobre ficção científica e muito mais sobre humanidade e sociedade. Que lição de livro, que reflexão sobre nós e a nossa inércia e o estado do mundo por causa da nossa inércia, tudo em forma de entretenimento. E que final perfeito. Duvido muito que não chegue também aos favoritos do ano, embora este ano eu vá tão sofrega nas leituras que terei de fazer um top 20 em vez de top 5, talvez.

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