Porque é que eu nunca disse isto?
Queria ter tempo e escrever para o resto da vida. É esse o meu objectivo profissional.
Foi uma jornalista e conhecida blogger que o disse, a Catarina Beato.
Li esta frase e tive um daqueles momento em que uma luz desce sobre nós - não ao género Simara com os espíritos, nem ao género "a EDP tinha-me cortado a luz e agora voltou". Foi mais: porque é que eu nunca disse isto?
A minha vida não pode estar mais longe desta realidade e mais próxima deste desejo.
Tenho um emprego nove-às-seis (quando não é nove-às-oito) e a vida organizada. No outro dia o meu chefe falava-me de uma oportunidade de aprendizagem para mim, de forma a que pudesse abrir a minha própria empresa num futuro não tão longíquo.
E eu dei por mim a não querer isso. Até me questionei se seria falta de ambição. Mas era só a ambição errada, percebo.
Posso ser uma excelente profissional no que faço, mas o meu sonho nunca foi ser empresária. O meu sonho é o que disse a Catarina na frase com que abri o post: viver das palavras.
Algo que nunca concebi, porque sempre fui racional demais para acreditar que se pudesse viver de algo que nos dê tanto prazer.
Dizem os clichés que o futuro começa hoje. Não penso de forma nenhuma viver de um blog, mas começo por este baby step: escrever para os outros, quando na maioria das vezes escrevo só para mim.
Este é um blog sobre a desconstrução de tudo e mais alguma coisa, com a dose de pragmatismo, sarcasmo e pretensão com que me apetecer temperar cada post. Mesmo quando falo muito a sério.
Seja o que D(eu)s quiser.