Serviço Público: Como chegar à Cascata de Vila Nova de Milfontes
Na semana passada estive em Vila Nova de Milfontes com amigos. Toda a gente já tinha ouvido falar da cascata, só nunca nenhum de nós a tinha visto. Ou sabia muito bem onde ficava. As informações são muito escassas e o Google Maps, neste caso, ajudou pouco. Levávamos meias indicações, alguns diz-que-disses e uma pequena legenda de mapa que dizia para seguir as marcas.
Chegados ao ponto onde sabiamos que devíamos deixar o carro (a partir daí só com um todo-o-terreno) começámos a ver as tais marcas. Só podia ser aquilo: setas brancas pintadas no chão. Continuavam ao longo do percurso. Um longo percurso. Um percurso longo demais. Já tínhamos passado clareiras, ouvido água a correr ao longe (que també podia ser só o vento a dar nas árvores), passeado à beira de um ribeiro, passado uma ponte improvisada, feito filmes a prever o novo Projeto Blair Witch (versão Milfontes) quando, com as silvas a dar pelos joelhos e os fetos a fazer cócegas no nariz, desistimos e decidimos voltámos para trás.
Sou capaz de ter omitido que além de setas brancas o percurso era acompanhado por algumas faixas rasgadas. Que diziam "biking". Sim, estavamos a seguir um percurso BTT (uma prova, que a julgar pela vegetação selvagem, já tinha decorrido há uns bons meses...anos?). Claro que a nossa fé nos levava a crer que - nas palavras de um qualquer sábio: uma coisa era uma coisa e outra coisa era outra coisa. As setas eram para a cascata. As faixas eram para as bicicletas. Ou então as bicicletas tinham o percurso até à cascata. Qualquer coisa assim, que em voz alta continua a não fazer sentido.
Portanto voltámos para trás e desta vez prestamos mais atenção à primeira clareira que encontrámos, ainda seguindo o caminho das setas - e que agora tinha uma mota estacionada ao pé. Uma clareira que tem abertura para o tal ribeiro. Onde há umas pedrinhas que permitem saltar para o outro lado. E que permite avistar um pneu de baloiço lá ao fundo.
Depois de termos feito 2km no caminho errado, decidimos continuar a arriscar. Atravessamos o ribeiro, passamos o pneu e vem de lá um senhor. Um amigo meu diz que ele tem um machado na mão (muita TV Cine é o que é), o outro concorda. O machado era um capacete. Estão a ver a semelhança? Eu também não.
O senhor também não era um assassino, era um homem da terra que lá nos indicou que a cascata era de facto por ali e que estava seca. Que de qualquer forma era muito bonita. Não avisou que ainda íamos andar aos saltaricos por bocados de charco com sapos, muita lama e troncos caídos para lá chegarmos. Mas para quê estragar a surpresa, não é?
Lá chegámos. Estava de facto seca. Era de facto bonita. E para que ninguém tenha de palmilhar tanto como nós para lá chegar, eis como podem fazer o percurso: começam por seguir estas indicações e depois a cascata é exatamente nestas coordenadas (Google) 37.753233, -8.717605. Se colocarem o percurso até este ponto no Google ele vai dar o percurso que vai ao topo da cascata e não lá abaixo, por isso proponham que sigam mesmo as primeiras indicações (que começam ao virar na 6ª saìda à direita de quem vem da rotunda da Brunheira, do lado de Milfontes), depois ao encontrar a clareira, passam a ribeira que tem o pneu do lado de lá e continuam até encontrar...isto:
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